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Maisa Caroline

DUBLAGEM É ACESSIBILIDADE E MAIS…

"A dublagem é uma arma poderosa para democratizar a cultura e a informação. Portanto serve para educar, divertir e melhorar a vida do nosso povo." Herbert Richers.

“A dublagem é uma arma poderosa para democratizar a cultura e a informação. Portanto serve para educar, divertir e melhorar a vida do nosso povo. Sinto orgulho de dar minha contribuição nesse sentido há tanto tempo.” O autor desta frase foi nada mais nada menos que: Herbert Richers. E sim a dublagem é tudo isso, ela é uma forma de educar, é arte, é cultura, é patrimônio e é acessibilidade.

Você já parou para pensar na importância da dublagem para cultura brasileira e o quão acessível o produto audiovisual se torna quando é dublado? Será que por ser dublado ele consegue abranger um maior número de pessoas e dentre elas as pessoas com deficiência? A resposta é sim! Vamos conversar mais sobre isso?

 Primeiramente devemos conceituar e compreender melhor o que de fato significa acessibilidade. Segundo o famoso, ilustre e nosso amado amigo dicionário Aurélio (=D), acessibilidade é: “Qualidade do que é acessível, do que tem acesso. Propriedade do material confeccionado para que qualquer pessoa tenha acesso, consiga ver, usar, compreender; diz-se, principalmente, do material que se destina à inclusão social de pessoas com alguma deficiência.” Você percebeu? Acessibilidade diz respeito principalmente a tornar algo acessível ao maior número de pessoas possíveis, de forma universal, pensando soluções que irão melhorar a qualidade de vida de todos em uma sociedade, inclusive às pessoas com deficiência.

A partir de suas demandas é possível criar soluções que darão acesso adequado e ainda beneficiarão a todos que se utilizarão dos produtos, novas tecnologias e espaços criados para eles que estão inclusos nos processos desde o início.

 Para ajudar um pouco mais, trago o conceito de desenho universal: “O projeto universal é o processo de criar os produtos que são acessíveis para todas as pessoas, independente de suas características pessoais, idade ou habilidades. Os produtos universais acomodam uma escala larga de preferências e de habilidades individuais ou sensoriais dos usuários. A meta é que qualquer ambiente ou produto poderá ser alcançado, manipulado e usado, independentemente do tamanho do corpo do indivíduo, sua postura ou sua mobilidade. O Desenho Universal não é uma tecnologia direcionada apenas aos que dele necessitam; é desenhado para todas as pessoas. A ideia do Desenho Universal é, justamente, evitar a necessidade de ambientes e produtos especiais para pessoas com deficiências, assegurando que todos possam utilizar com segurança e autonomia os diversos espaços construídos e objetos.” (Mara Gabrilli)

 Ou seja, toda essa explanação feita anteriormente foi para concluirmos que a dublagem dentre todas as opções de acesso ao produto audiovisual estrangeiro, é a que de fato abrange mais pessoas, é a que melhor se adequa, independente das características e necessidades que o público possua. A dublagem então, de imediato dá acesso a todos os falantes e ouvintes da língua nativa para o qual a versão do produto audiovisual está sendo dublado.

No nosso caso, a versão brasileira, é a adaptação ao nosso idioma e o meio de compreensão da linguagem audiovisual estrangeira. Para além, ela é a ferramenta que  facilita às pessoas com deficiência visual, intelectual e sensorial, idosos com baixa visão, analfabetos, crianças em processo de alfabetização a compreenderem todas as produções audiovisuais estrangeiras de diversas línguas que consumimos no Brasil.

 A dublagem ainda ajuda na formação de vocabulário das crianças. Basta você pensar quando era uma. A quantos filmes, desenhos e séries  você assistiu na infância e aprendeu uma palavra nova, uma expressão ou mais sobre alguma outra cultura? Várias, não é? Eu por exemplo, sou muito musical e as animações de Walt Disney me marcaram e me ensinaram bastante sobre o mundo através da versão dublada.

Ela contribui na preservação do nosso idioma, que é um dos primeiros elementos da nossa identidade. É arte, a arte de interpretar só com a voz e sincronizá-la na imagem. Faz parte da nossa cultura, pois tornou-se um hábito assisti-la pela TV e transformou-se em patrimônio. Por que não? As vozes e o fazer (o ato de dublar) são sim patrimônios culturais imateriais brasileiros.

 Portanto, por tudo isso a dublagem é acessibilidade, é democrática, é importante e não, ela não vai acabar! Já conversamos em um outro texto aqui na minha coluna sobre a importância da dublagem e da legendagem e esclareci a origem dos preconceitos com ambas e da rixa que os fãs criaram. (Se você chegou por aqui agora e não sabe do que eu estou falando, depois dá uma lida no texto Dublado ou Legendado: Eis a questão? para compreender melhor essa polêmica toda.) Não é porque defendemos a dublagem que vamos eliminar a legendagem, ao contrário, vamos agregar as possibilidades e tornar o produto audiovisual cada vez mais acessível para todos.

Sessão Azul e CineMaterna são exemplos de iniciativas acessíveis que contam com produções na versão dublada. Proporcionado conforto e possibilitando que o público curta o filme de maneira plena.

 Eu quero finalizar o texto de hoje de uma maneira diferente, com um relato sobre a minha infância e que vai te dar a dimensão do quanto a dublagem é uma arte maravilhosa e promove o acesso pleno e momentos únicos e tão especiais.

Bom era uma vez…brincadeira! hahahaha Era 1993, o filme: Uma Babá Quase Perfeita. E lá fomos nós: eu, irmã, mãe e primos ao cinema assisti-lo. Chegando lá… a surpresa: o filme era legendado. (Momentos de tensão no caldeirão! rs) Até aí nada, se eu não fosse uma criança recém alfabetizada e minha irmã ainda estivesse na pré-escola. O que fazer? Minha mãe simplesmente pediu pra gente ficar quieta e prestar a atenção que entenderíamos o filme! Okay! Mas…você acha, real-oficial, que a gente conseguiu? =D Muito mais ou menos, né? Lembro da minha prima que era um pouco mais velha (dois anos a mais do que eu), ler pra gente as legendas e mesmo assim deu ruim. Ela não curtiu muito fazer isso não. Aí, um belo dia o filme foi para a TV e o maravilhoso do Márcio Simões dublou quem, quem? Robin Williams, a Babá! Foi uma outra experiência!  E muito melhor, pois eu amei o filme e super entendi, além de ter decorado as falas a dublagem ainda facilitou que a minha avó materna pudesse compreender o filme, uma vez que ela era analfabeta. Percebe o impacto disso? Foi realmente um trauma, tanto que me lembro até hoje, mas graças a dublagem ela se transformou em algo inesquecível depois e eu adoro esse filme e a atuação do Márcio Simões é impecável. Ele é mil milhões tão incrível que muitas vezes achamos que sua voz combina mais do que  a própria voz do ator que ele dubla! Parece até que ele é mais o Robin Williams que o próprio Robin Williams. (=D S2)

 Agora, me conte você as suas experiências com a dublagem. O que você aprendeu com ela? Você conhece alguém que a dublagem se tornou importantíssima por proporcionar acesso ao audiovisual? Conta aí abaixo e se gostou compartilha com seus amigos! Até a próxima semana!

12 Comments

  1. Marcela Ilustrapop says:

    Geeente como eu nunca tinha pensado nisso ??? Mas realmente faz todo sentido que a dublagem para a língua nativa do país a ser exibido o filme seja uma forma genuína de acessibilidade. Adooorei o texto, você me abriu os olhos para uma função da dublagem muito importante e que muitas vezes passou despercebido pra mim!!! E olha que nossa infância teve esse momento “dramático” de ver um filme legendado sem nem saber ler ainda 😂😂😂😂😂 Ainda bem que resolveram dublar os desenhos e filmes pois muitos estão marcados em minha memória graças as suas falas e canções da versão brasileira !!❤️❤️❤️❤️

    • Marcela, foi uma aventura né?!hahahahaha 💛🤩 Pois é, a dublagem é arte, é cultura e é a própria acessibilidade! A função social e educativa que ela exerce no nosso país é enorme e de grande valor! Meu objetivo com esse texto foi jogar luz sobre esse assunto e poder fomentar reflexões como a que você teve. Isso é ótimo, porque desperta o olhar para um novo aspecto da dublagem. Para além de uma expressão artística encantadora e que merece ser cada vez mais valorizada, é importante percebê-la como verdadeira ferramenta inclusiva ao produto audiovisual e defendê-la sobre esse aspecto também! Então, aprendemos mais uma coisa juntas, não foi?! Beijo e até mais!

  2. Letícia Meirinho says:

    Esse texto fala de uma união perfeita, tanto quanto a amizade do Herbert com o Walt (já que você citou uma coluna anterior, aproveitei para citar outra, vai que temos fãs de ler comentários por aqui xD)

    Pensar em dublagem e em como ela torna o produto audiovisual tão mais acessível e não falar justamente sobre a questão da acessibilidade que ela oferece é impossível, felizmente ela oferece acesso a tantas grupos e para felicidade dos grupos não contemplados por ela hoje temos opções de produtos audiovisuais com audiodescrição, por exemplo, o que aumenta a quantidade de grupos com acesso aos produtos, e cada vez mais torna o acesso realmente universal (por mais que ele ainda precise apresentar particularidades para atender a todos).

    Adorei o seu relato, e passei por uma situação semelhante a de vocês quando mais nova, o meu algoz foi o filme Matrix (1999), por alguma razão mesmo a versão em DVD do filme contava apenas com o áudio em inglês e a versão legendada (pelo menos a bendita versão presente nesse trauma), em uma festinha de aniversário de amigos do colégio lá por volta de 2003 ou 2004, esse bendito filme foi o escolhido para vermos… Na época meus amiguinhos já estavam habituados a legendagem (como já narrei em comentário na outra coluna só me rendi a essa versão posteriormente) ou já eram bilíngues em inglês, eu por outro lado era em espanhol,,, Então fomos ver o filme legendado, já que não tinha pra onde correr,,. Como ler rápido e ver o filme são habilidades que se desenvolve com a prática, e eu não tinha prática, se não me engano essa foi uma das minhas primeiras experiências com a legendagem, advinhas o que rolou?! Eu não consegui entender quase nada, e detestei o filme… Afinal como poderia gostar de algo que não entendi quase nada?! Depois do filme fomos conversar sobre, e bem, foi um desastre, tu me conheces e sabes como sou capaz de cometer sincericídio, e quanto mais nova era, mais a língua era maior que a boca… Resultado eu fiquei como a “burra/preguiçosa” do grupo. E por anos detestei esse filme de todas as formas possíveis, Levei sem brincadeira nenhuma, uma DÉCADA, para aceitar ver o filme, que por algum motivo o DVD também só tinha na versão legendada, mas dessa vez eu já estava craque na legendagem haha E aí vendo e entendendo gostei do filme, e no fim vi a trilogia completa rs.

    Agora falando sobre a importância da versão dublada, meu avô é português nascido na fronteira com a Espanha, a vida dele enquanto esteve do outro lado do Atlântico se passou toda na Espanha, logo o idioma materno dele acabou sendo o espanhol. Se o português de Portugal já apresenta variações para o nosso, e quando falado por um nativo (que parece narrar uma corrida de tão rápido que fala) já gera dificuldade para os ouvidos menos treinados, imagine agora o meu avô desembarcando no Brasil em 1952, falando mais espanhol que português, e falando rápido, Pois é, ele conta para nós que por vezes ninguém entendia o que ele falava, e que várias vezes ele perdeu corridas (na época ele trabalhava como taxista no ponto em frente ao Palácio do Catete – e sim, ele teve o prazer de conhecer o Vargas). Na tentativa de aprender o português meu vô passou ouvir muito rádio – que era a joia da coroa da comunicação da época, e com o tempo passou a também assistir a televisão… De tanto ouvir o português ele aprendeu a fala-lo também, afinal para aprender um idioma e se tornar fluente é fundamental também ouvi-lo. Todavia, mesmo com quase 95 anos hoje, ele ainda fala como se corresse contra o tempo (e volte e meia eu peço para ele “falar pausadamente”) rs E apesar de saber o português ele conservou o seu sotaque de portunhol em respeito a nacionalidade de seus pais e sua história. E um dos motivos de eu ter aprendido espanhol tão cedo na minha vida foi para poder conversar com ele na sua, quase, língua “nativa” =)

    Aah, eu ainda não tenho filhos, nem bebês tão perto a mim, mas amei quando descobri há alguns anos as sessões de cinema voltadas para mamães com bebês pequenos, afinal deve ser libertador para elas poderem retornar ao cinema e ter a companhia de seus pequeninos, afinal por mais que tenhamos DVD’s e versões de streaming nada se compara a magia do cinema – falando nisso saudades de poder ir a um e comer aquela pipoquinha sabor manteiga, com aquele gostinho e cheirinho inigualáveis!

    Por fim obrigada por trazer a tona um assunto tão importante e atual como a acessibilidade, e ajudar a todos a compreenderem a sua importância.

    Desculpa se o meu comentário tá enorme e a demora, mas como eu tinha tanto a falar preferir fazê-lo pelo pc do que pelo celular xD

    Beijão e até a próxima semana!

    • Letícia, o que falar sobre seu comentário? AMEI!💛🤩 Ele foi promovido a leitura obrigatória!rs Tá perfeito! Acrescentou demais na coluna dessa semana e você fã do versão dublada precisa ler! hehehehe Legal perceber que passou por situações semelhantes a que relatei e como a versão dublada é incrível e é o acesso mais democrático ao produto audiovisual! Acessibilidade é pauta necessária em tudo hoje em dia e a dublagem, lá atrás, já nasceu acessível e só expande o seu alcance! Realmente não é possível mais vivermos em uma sociedade que não pense, não discuta e não haja para que o mundo se torne cada vez mais inclusivo e confortável para todos! Temos que nos adaptar e evoluir buscando essas soluções! Obrigada por sua contribuição, arrasou! Beijos e até semana que vem!

  3. Luana Flor says:

    Nossa incrível, dublagem é cultura é acessibilidade. Acho muito importante trazer um assunto como esse à tona,gostem ou não, é importante demais oferecer o conteúdo tanto dublado quanto legendado,para que todos possam usufruir da arte!

    • Luana, obrigada pela mensagem! Perfeito seu comentário! 😊💛 É incrível o alcance da dublagem, né? E você não só percebeu muito bem, mas também a reconhece como cultura e arte e por isso faz parte dos que a valorizam!

  4. Amanda says:

    Muito bonito o seu relato, Maisa! Realmente a dublagem é muito importante e infelizmente muitos não reconhecem isso!

    • Amanda, obrigada e obrigada! 😊💛 A dublagem é tuuudo de bom e é a própria acessibilidade! Muitos ainda não a enxergam assim e não a valorizam, mas estamos aqui para mudar isso e clarear as ideias! Você também faz parte deste movimento!

  5. Deyse says:

    Fiquei imaginando o que seria de nós sem a dublagem… Eu mesma, zero inglês e fico com a vista doendo ao tentar ler as letras miúdas dos filmes. Ainda bem que a dublagem está aí para a nossa maior acessibilidade os conteúdos estrangeiros!!! Estou amando a sua coluna!!!

    • Deyse, obrigada pela mensagem! Que legal saber que está amando minha coluna! Muito feliz com isso! 😊💛 Não é incrível como a dublagem nos proporciona tantas sensações boas?! É acessível demais! Eu enquanto míope também me canso ao ler aquelas letrinhas. E quando o filme é legendado e em 3D?! hahahaha Complica demais!

  6. Alexia Vitória says:

    Oi, Maisa. Meu TCC no curso de formação de atores é justamente sobre Dublagem e Acessibilidade. Inclusive, seu texto está em meu referencial teórico (devidamente citado e “ABNTamente” nas Referências Bibliográficas). Gratidão pelo texto!

    • Maisa Caroline says:

      Oi, Alexia! Só agora que vi seu comentário, me desculpe! Por que não me disse antes? hehehehe Estou muuuuuuuuuuuuuuuuuuito feliz por isso! Feliz por você estar se formando, feliz com seu comentário e melhor ainda, por ter contribuído na sua caminhada com meu texto! Jamais poderia ter imaginado isso quando iniciei esta coluna! Meu coração salta de alegria ao saber que consegui te ajudar e que aprendeu algo comigo! Realmente quando escrevo não faço ideia da dimensão que terão as minhas palavras, aonde vão chegar, o quanto serão decisivas para quem as lê e como estes textos vão tocar nas pessoas! É surpreendente, sempre! Comentários como o seu me mostram que: tudo até aqui valeu muito a pena e estou caminhando na direção certa! Tudo tem um propósito! OBRIGADAAAAAA!

      PS: Ainda bem que me achou no insta da coluna a tempo de poder te ajudar ainda mais por lá! SUCESSO! GRATIDÃO! 😊💛 😊💛 

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