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VIDAS NEGRAS IMPORTAM

“Eu tenho um sonho, que os negros e os brancos andassem em irmandade e sentassem-se na mesma mesa em paz.”

Martin Luther King

Hey! Aqui é o John novamente e queria comentar algo com vocês!

Desde 1945 o racismo vem sendo retratado nas histórias em quadrinhos, tendo seu início em uma editora criada especificamente para personagens, escritores e artistas negros, a já extinta “All-Negro Comics“. Ali foram criados vários heróis como o Lion Man, no entanto nenhum deles era “super”. Foi só em 1966 que tudo isso mudou com a estreia do Pantera Negra (Dublador: Rodrigo Oliveira) na 52ª edição da HQ do Quarteto Fantástico. Stan Lee e Jack Kirby foram os seus criadores e ele foi o primeiro herói negro a ter super poderes em um quadrinho.

Curiosamente, o personagem foi lançado antes mesmo do Partido dos Panteras Negras para Autodefesa, iniciado em outubro de 1966 nos Estados Unidos e fundado por Bobby Seale e Huey Newton. Esse movimento visava proteger os negros da opressão dos brancos e possuía alguns pontos, dentre eles o direito por emprego, liberdade, educação e outros objetivos essenciais para a vida de qualquer ser humano.

Como esses pontos, infelizmente, não eram realidade nas vidas dos negros da época, Kirby e Lee tentaram os levar para a ficção para tornar isso realidade, desconstruindo a imagem de reis brancos europeus e trazendo a história de um rei africano de uma nação mais avançada (em todos os aspectos) que o resto do mundo, Wakanda. Apesar de representar uma monarquia, esse país oferece direitos iguais a todos, sendo livre de qualquer tipo de escravidão, racismo e preconceito, além de ser rico no metal extraterrestre Vibranium, o que mantém a economia e a tecnologia da nação.

Wakanda é claramente uma forte crítica à Europa e à supremacia branca, mostrando o quão desenvolvido seria o continente da África se os países Europeus não tivessem literalmente sugado seus recursos e sua matéria-prima. É por isso que Wakanda, originalmente, era um país isolado e mantido em sigilo e só é bem desenvolvido como sociedade porque não teve intervenção de colonizadores, se tornando até um exemplo de como poderia ser a nação “perfeita”.

Felizmente, todo esse trabalho denotado nas HQs e partidos como os dos Panteras Negras não foram últimos, já que vários outros movimentos e figuras políticas que lutavam contra o racismo foram surgindo ao longo do tempo, algo que abriu portas para mais personagens negros sendo representados nas histórias em quadrinhos, cada um contextualizando o preconceito de sua maneira.

O primeiro super herói afro-americano a aparecer em uma HQ foi Sam Wilson (Francisco Júnior), o Falcão. Já o primeiro super-herói negro a ter uma HQ própria foi Luke Cage (Dublador: Ronaldo Júlio). Ambos os personagens vêm do violento bairro Harlem de Nova Iorque, um local que recebeu muitos negros que fugiam da segregação racial do sul dos Estados Unidos e que sofreu fortes ações repressivas da polícia desde então.

Sam Wilson mostrou em suas histórias que, mesmo com todo o preconceito, é possível sim dar a volta por cima, voando como um Falcão por cima de seus obstáculos, algo que o incentivou a combater o crime desde que ganhou suas asas de Vibranium do próprio Pantera Negra. Nem mesmo quando ele se tornou o símbolo dos Estados Unidos, o Capitão América, Wilson deixou de sofrer racismo, uma óbvia crítica ao racismo sofrido por Obama em sua época de presidência.

Já Luke Cage trás em seus quadrinhos a triste realidade que só estás vivo, pois é a prova de balas e indestrutível, diferente de todos os outros negros mortos por policiais. Levando em conta essa horrível situação, assim que Cage ganhou seus poderes devido a um soro supersoldado falsificado, ele começou a proteger ainda mais o seu bairro de quaisquer injustiça mas, diferente do Falcão, se tornou um herói de aluguel.

Da parte da DC Comics a preocupação em defender essa causa não é diferente, começando sua representação com o Lanterna Verde (Dublador: Philippe Maia), John Stweart, lançado em 1971. Ele foi o primeiro herói afro-americano da editora quando assumiu o manto de Lanterna Verde, sendo considerado por muitos o melhor nesse cargo.

No entanto, quem trouxe uma crítica mais pesada sobre o racismo na Detective Comics foi o herói Super Choque (Luiz Sérgio Vieira), algo que também foi levado à série animada, tendo até um episódio especial para isso onde Virgil sofre racismo do pai de seu melhor amigo.

Felizmente, toda essa luta contra o preconceito e o racismo nas HQs foram reforçadas em suas respectivas adaptações, seja em filme, em série ou até em desenhos. Onde a dublagem, mais uma vez, mostra que é uma das coisas mais importantes em uma obra, já que é ela que transporta todo esse protesto impregnado nas adaptações para as outras línguas, fazendo com que todos entendam o que o diretor e o roteirista quiseram passar.

Bom, eu sou branco, e é fato falar que minha vida é mais fácil pois não sofro e nunca sofri nenhum tipo de racismo ou preconceito racial. Nunca entenderei o que é ser taxado de ladrão somente por apenas estar correndo, nunca entenderei o que é ser seguido dentro de um mercado pois acham que vou roubar algo, eu jamais entenderei o que é ser machucado e em muitos casos até ser morto somente porque sou um suspeito de um crime. Essa não é minha realidade. No entanto, a luta não se trata de Brancos contra Negros, mas sim de todos contra o racismo, algo que não é só questão de igualdade, mas sim de justiça!

Levando em conta toda essa representação que vi desde criança nas revistas em quadrinhos e o alcance que posso atingir com esse texto, venho aqui pra dizer que vidas negras importam!

Seja humano, seja pró-vida e apoie essa causa!

Vidas Negras Importam!

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