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Com licencinha, disse o Madruguinha

No dia 09 de agosto deste ano, lembramos dos 32 anos sem Ramón Valdés, que ficou eternizado com seu personagem em Chaves, o seu Madruga (don Ramón para os mexicanos).

Ramón Antonio Estebán Gómez de Valdés y Castillo nasceu na Cidade do México, em 2 de setembro de 1923. Seus pais foram Rafael Gómez Valdés Angellini e Guadalupe Castillo. Teve oito irmãos. Todos os filhos tinham o seu próprio apelido, e, portanto, Ramón era conhecido como “Moncho”.

Quando Ramón tinha dois anos, a família migrou para Ciudad Juarez, Chihuahua, onde seus irmãos Germán Valdés “Tin Tan”, Manuel “El Loco” Valdés e Antonio “Ratón” começariam na arte de atuar. 

Já adulto, conheceu Chespirito durante as gravações do filme “El cuerpazo de delito”, de 1968, onde também atuaram Mauricio Garcés e Angélica María. Depois disso, Roberto o convidou para participar de seus programas, como “Los Supergenios de la Mesa Cuadrada” e futuramente Chaves e Chapolin.

Muita gente ainda não sabe, mas Ramón Valdés saiu duas vezes do elenco de Chespirito. Em meados de 1979, o comediante pediu um adiantamento de salário a Gómez Bolaños, alegando precisar quitar uma casa em Cuernavaca, México. Chespirito recusou o adiantamento, deixando Ramón chateado.

Ao mesmo tempo, recebeu convite para fazer turnês em circos pelo país, recebendo uma oferta bem generosa. Com uma proposta tentadora, saiu então pela primeira vez. Posteriormente, Ramón confessou que seus desentendimentos com Florinda Meza também o levaram a tomar tal decisão.

Em 1981, retorna ao elenco de Chespirito, para a alegria dos espectadores daquela temporada. Infelizmente, Ramón sai mais uma vez, definitivamente, ao final da temporada. Os motivos ainda são incertos, mas o mais provável é porque recebeu uma oferta melhor para trabalhar com Carlos Villagrán, o Kiko, na Venezuela, para onde ele foi no ano seguinte. Os atritos com Florinda Meza também podem ter contado mais uma vez para essa decisão.

Ramón Valdés foi casado três vezes. Desses matrimônios saíram 10 filhos… Isso não era um homem; era uma explosão demográfica!

No dia 09 de agosto de 1988, um câncer de estômago acabava com a vida deste tão talentoso humorista. Mas o que muitos não sabem é que ele não sabia que padecia de tal doença. Numa entrevista realizada em 2016, uma de suas filhas, Aracely Valdés, revela que ela e seus irmãos decidiram não contar a Ramón sobre o seu câncer e também não fazer os devidos tratamentos. Segundo eles, foi melhor assim e Ramón ainda conseguiu sobreviver mais três anos com a doença.

Ele está sepultado no “Mausoleu del Ángel”, mesmo cemitério onde está Angelines Fernández (a Bruxa do 71).

Claro que não poderíamos deixar de falar das vozes que Ramón Valdés teve no Brasil. A mais marcante certamente é a de Carlos Seidl, que o dublou por tantos anos em Chaves e Chapolin na MaGa.

Mas ele não foi seu primeiro dublador! Em 1973, a antiga Tcnisom (atual Delart) foi contratada para dublar o filme “El Profe” (1971), protagonizado por Cantinflas. O próprio Cantinflas escolheu Mário Monjardim para ser sua voz aqui. Acontece que o filme contou com a atuação de Ramón e, portanto, também deveria ter um dublador. Quem o dublou nesta película é um mistério até hoje. 

Sua terceira voz foi a de Marco Moreira que o dublou na versão da Rio Sound para alguns episódios inéditos de Chaves no SBT. Atualmente, Seidl voltou a dublá-lo para o Multishow na Som de Vera Cruz, completando, finalmente, a dublagem de Chaves e Chapolin.

Ramón Valdés é admirado até hoje em toda a América Latina e especialmente aqui no Brasil, onde é praticamente cultuado. Seu trabalho em Chaves o tornou tão brasileiro quanto o samba! Obrigado, Ramón.

1 Comment

  1. felipe says:

    Era naturalmente engraçado.

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