O morcegão, por ser um dos heróis mais clássicos e antigos das HQ’s, possui crossovers com, literalmente, quase todo mundo do universo pop! Também, vôzinho Wayne está mais velho do que o próprio mestre Splinter. É aventura demais da conta nas costas do Homem Morcego!
Falando em mestre Splinter, é claro que ele e seus filhos tartarugas ninjas mutantes não deixariam de se encontrar com o encapuzado emo gótico da DC Comics, né?! Tudo isso em uma grande mistura de ação e lutas entre os personagens dos dois universos, reviravoltas e aquela pitada de humor e alívio cômico que não pode faltar! Especialmente da parte do Michelangelo! O quadrinho em questão foi lançado em maio de 2016 e conta com 6 edições. Temos aqui James Tynion IV no roteiro e Freddie E. Williams II nas ilustrações.
Tudo começa em Gotham quando o Batman suspeita que há um novo grupo de assassinos na cidade. Acontece que esse grupo, de algum jeito, veio de outra dimensão e se chama Clã do pé, um grupo de ninjas que tem como seu líder o Destruidor. E qual a equipe que fica sempre na cola desse clã e por isso também acaba em Gotham? Isso mesmo, As Tartarugas Ninjas, junto com o mestre Splinter, é claro.
Batman, Leonardo, Raphael, Donatello e Michelangelo se estranham a primeira vista. Acabam lutando, o que resulta no Homem Morcego como vencedor, que, inclusive, usa as próprias armas dos irmãos e ainda quebra uma das espadas de Leonardo. Porém, ao mesmo tempo, Destruidor planeja algo com o Pinguim, o que fez com que Batman e as tartarugas enfim se aliassem para impedir os vilões.
Essa HQ explora um traço mais escuro, aproveitando bastante as sombras, deixando a ambientação de Gotham do jeito que a gente conhece e sempre viu. A capa de Wayne tem mais detalhes e cobre totalmente os seus dois ombros, dando ainda mais aquele ar de cavaleiro das trevas. Seu batmóvel está ainda mais inspirado em um morcego, com direito até às presas, olhos e orelhas do animal.
As tartarugas, por sua vez, combinaram perfeitamente, mesmo que elas tenham vindo de outra dimensão. Isso tudo sem falar nos detalhes bem específicos nas máscaras das ninjas mutantes, com detalhes retratando o tecido desgastado e rasgado, cada qual com a sua costura para diferenciar os irmãos, além das tradicionais cores e das armas. As cenas de luta também são muito bem desenhadas, sem deixar você perdido no contexto da história que se desenrola página a página.
A HQ é feita em parceria com a IDW, a editora das Tartarugas Ninjas. Logo que a primeira parte fez sucesso, a segunda foi lançada novamente com 6 edições, do mesmo escritor e mesmo artista, em dezembro de 2017. Dessa vez, inclui o Robin de Damian Wayne, a Batgirl de Barbara Gordon, April O’ Neil, Casey Jones e o vilão Bane, que invade a Nova Iorque das Tartarugas através de um portal que Donatello criou sem querer. A segunda parte do quadrinho mantém a qualidade da primeira com facilidade, além de trazer participações de vários personagens de ambos os universos, como: Karai, Bebop e Rocksteadye e o Ra’s Al Ghul.
Aqui, o uniforme de Batman ganha uma borda amarela no símbolo de morcego do seu peito e sua capa cobre ainda mais os seus ombros e agora uma parte de seus braços. Seu filho, o Robin daquela época, está junto nessa missão e nem aqui deixa de ser aquela criança chata, chamando sempre Donatello de “tartaruga”.
O traço e o roteiro evoluíram, até porque a equipe criativa é a mesma, continuando com aquela pegada sombria da arte e os alívios cômicos do roteiro se balanceando entre si. Como mais personagens aparecem, percebemos mais interações inusitadas tais quais Bane fazendo Bebop e Rocksteadye ajoelharem para ele e o Robin de Damian perdendo no videogame para Michelangelo, fazendo Raphael e Casey Jones caçoar do filho do Batman.
Se foi bom nas HQ’s, imagina em animação, hein! Não é a toa que, com esse sucesso todo, e até duas partes criadas nas HQ’s, a Warner e a Nickelodeon não perderam a oportunidade e logo lançaram a animação baseada na primeira HQ do crossover em 31 de março de 2019.
A animação acaba não indo muito na pegada mais dark do roteiro das HQ’s e nem no traço escuro e bem detalhado das ilustrações. Segue, por sua vez, um tom mais infantil. Todavia, faz jus à esse crossover que é o sonho de muita gente desde criança, sendo tanto para o público adulto e mais velho que acompanhou esses dois universos desde pequeno, quanto para os mais novos que estão conhecendo esses personagens agora.
As nostalgias, os arrepios e os fã services são sensações garantidas que você terá assistindo a essa animação. Primeiro que a Warner é craque em produzir animações e a Nickelodeon vem fazendo um desenvolvimento pesado com as Tartarugas, ou seja, a empresa conhece bem os seus personagens! Uma combinação dessas, que deu super certo nas HQ’s, não podia dar errado em animação!
Quem não lembra de assistir ao desenho do Batman quando criança, ou ao desenho das próprias tartarugas?! Bom, agora, imagine esses dois se encontrando anos depois. O espírito de criança fica como? Nas HQ’s foi muito bom, mas em desenho, a gente chega suar pelos olhos! A nostalgia aqui bate tão forte quanto um soco do Superman.
Já que são personagens que conhecemos há anos, esse encontro só fica mais interessante ao longo do filme. Como se trata de um desenho, os traços tendem a ser mais limpos e minimalistas, sem espaço para tantos detalhes, o que ajuda a não deixar as cenas com tanta informação. O uniforme do morcegão é baseado no uniforme clássico, com capa e detalhes azuis e o símbolo do morcego dentro de um círculo amarelo, já a Batgirl (Guilene Conte) e Robin (Eduardo Drummond) usam uniformes de HQ’s mais atuais dos anos 2000.
As tartarugas ninjas mutantes estão do jeitinho que nós conhecemos, se parecendo mais com o desenho de 2003 da equipe e se afastando do tom mais sério da HQ. Aqui, o que difere um irmão do outro, além das cores e das armas, é a feição. A exemplo disso, Raphael, que tem a boca diferente dos demais e cabeça mais oval de Donatello.
Já que é obrigatório em todo crossover a batalha entre os personagens dos dois universos, é claro que o Batman e as Tartarugas Ninjas lutaram. Se aconteceu nas HQ’s, na animação a “briga” apareceu de uma maneira muito, muito f#d@. Assim como na HQ, as cenas são muito bem guiadas, o que deixa tudo mais confortável pra assistir ao Batman lutando de igual para igual com os 4 irmãos mutantes, sozinho.
O estilo do desenho é simples, mas ao mesmo tempo épico, principalmente, nas cenas de ação. O humor e o alívio cômico estão mais impregnados ainda, recurso usado por Michelangelo, que sempre solta uma piadinha ou outra para quebrar o clima. As interações entre os personagens são simplesmente sensacionais e enchem o coração dos fãs de fã service. Você não vai querer perder o Batman, a Batgirl, o Robin e o Alfred (Júlio Chaves) comendo pizza com as tartarugas ninjas!
Já tava bom, ai chega a dublagem brasileira e melhora tudo! Ouvir a voz do Duda Ribeiro é muito terapêutico para mim haha. Ele é um dos meus dubladores favoritos e eu amo o Batman dele. Duda passa aquela sensação de preparo do Batman muito bem, pois, você sente a seriedade e a tranquilidade através de sua voz. Ao mesmo tempo que não expressa fortes emoções, cria um clima sombrio que é a marca do Morcegão.
Para mim, Duda Ribeiro chega a ser mais Homem Morcego do que a voz original da animação, de Troy Baker. Saber que os dubladores do longa seriam Andreas Avancini como Leonardo, Renan Ribeiro como Raphael, Fred Mascarenhas como Donatello e Wirley Contaifer como Michelangelo foi como música para meus ouvidos. As vozes combinaram perfeitamente com essas versões das tartarugas e a nostalgia só aumentou, foi a mais de 8 mil!
Como se não bastasse, temos também Márcio Simões como Coringa, outra boa notícia. O dublador que, na maioria das vezes, faz o coringa nos desenhos já conhece muito bem o vilão, por isso, deu um show de atuação, como de costume! Não dá pra falar sobre nostalgia e não citar a dublagem brasileira!
E, pra finalizar com chave de ouro, 2 meses após a animação ter sido lançada, o mesmo escritor e o artista foram colocados na terceira parte da história, transformando o crossover trilogia! Nessa nova trama, tudo está confuso, pois, de algum jeito, os heróis foram parar em uma espécie de universo paralelo, onde as histórias parecem estar fundidas em uma só.
É contado pelo próprio Bruce, que ele teria ganhado dos seus pais 4 tartarugas. Porém, quando pequeno, ficou sozinho assim que seus pais foram mortos em um beco, sendo encontrado por Splinter que os treinou juntos, os transformando em uma equipe de ninjas que, na HQ, batalha contra o Clã do Riso.
A terceira parte da história parece melhorar ainda mais em todos aspectos, sem perder nenhuma qualidade das partes anteriores! Eu gostei muito, pois, o escritor pensou em algo diferente das outras e bem fora da caixinha, abandonando aquela ideia de vilões invadindo o universo um do outro.
O interessante aqui foi ver como ficaram os personagens fundidos e os novos visuais baseados na cultura ninja. Batman foi um dos que ficaram mais “badass”. Ainda que sua capa seja mais curta, possui várias golas grandes. Seu busto está cinza claro e o símbolo do Batman é branco e pintado a mão. Seus braços estão enrolados em faixas laranjas, tudo isso fazendo seu uniforme lembrar muito um samurai antigo.
Agora, o que eu mais achei legal nessa HQ foram as Tartarugas, já que elas se fundiram com os Robins. O incrível aqui é que a quantidade de Robins que já existiram corresponde certinho à quantidade de Tartarugas ninjas. Outra coisa doida é que as personalidades dos ajudantes do Morcegão são idênticas às personalidades dos irmãos mutantes. Parece até que foram feitas baseadas uma na outra porque até as cores de cada personagem são as mesmas!
O robin de Dick Grayson se fundiu com Leonardo, que ganhou um visual inspirado no Asa Noturna, com um grande morcego azul no peito. Leonardo lembra muito o Dick Grayson, então combinou bastante! Jason Todd se fundiu adivinha com quem? Raphael! Eles são praticamente iguais na questão de personalidade, com isso, a fusão deles resultou em Raphael com um visual inspirado no Capuz Vermelho.
A tartaruga ninja mais inteligente e o Robin mais inteligente, Donatello e Tim Drake. A mistureba resultou em Donnie com um uniforme baseado no Red Robin, só que roxo. Michelangelo e Damian Wayne foram os que sobraram nesse mix de personagens e, parando pra analisar ambos, têm comportamentos quase idênticos. Por isso, pra completar o time, Michelangelo fundido com Damian aparece, vestido com aquele icônico traje com capuz de Damian.
Nessa realidade, Splinter é o Alfred e vê Batman e as tartarugas como seus filhos. Alerquina faz parte do clã do riso, usando uma máscara e vestimentas de ninja e katanas. O líder desse clã é, nada mais nada menos, que uma das fusões mais perigosas já vista: o Coringa + o Destruidor. Esse super vilão possui cabelos longos e brancos, braceletes do Destruidor e, em sua máscara, fica estampado um sorriso.
Essa trilogia de HQ’s foi uma das melhores que já li, porque além de ser ótima como um quadrinho em si, com traços super específicos e roteiro que sempre te prende e renova as histórias, também é um crossover muito esperado pelos fãs dos personagens, dando aquela sensação gostosa de nostalgia.
A animação pode ter tido um estilo diferente, mas isso não me impediu de sentir a mesma sensação e ainda ver o Batman lutando contra as Tartarugas Ninjas em um desenho!
E ai, já leu as HQ’s ou assistiu à animação? Gostou? Comenta ai se você quer a segunda parte da animação também!